Regra do golo qualificado e os seus efeitos na posse de bola e nos golos marcados na Taça do Brasil de Futebol
Resumo
O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da regra do golo qualificado na posse de bola e nos golos marcados nas fases finais da Taça de Portugal de Futebol. Foram analisados 48 jogos oficiais da Taça de Portugal dos anos de 2016 e 2017, altura em que foi utilizada a regra do golo qualificado, e 2018 e 2019, período em que deixou de ser utilizada a respetiva regra. As variáveis recolhidas em cada partida foram o resultado do jogo e o tempo de posse de bola, separados em primeiro e segundo períodos referentes às fases de quartos de final e meias-finais. Para verificar possíveis diferenças na posse de bola nos jogos da primeira mão das fases analisadas, com e sem golo qualificado das equipas visitadas e visitantes, foram realizadas análises de variância one-way, separadamente para cada parte. Análises semelhantes foram realizadas para os golos marcados nos jogos da primeira mão, como também na posse de bola e golos marcados nos jogos da segunda mão. Os resultados mostraram superioridade no tempo de posse de bola na 1ª parte dos jogos da primeira mão dos quartos e meias-finais das equipas da casa nos anos sem a regra do golo qualificado (2018-2019). Além disso, verificou-se superioridade de golos marcados pelas equipas da casa nos jogos dos quartos e das meias-finais com a regra do golo qualificado (2016-2017), na 2ª parte dos jogos de volta. Conclui-se que a regra do golo qualificado afetou o comportamento das equipas da casa e dos visitantes, nas Taças do Brasil de 2016-2019.Referências
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