Futebol e identidade nacional: o exemplo da participação das Super Águias da Nigéria no Mundial de Futebol 2018
Resumo
A 14 de junho de 2018, começou o Campeonato do Mundo de Futebol na Rússia. Felizmente, a Nigéria qualificou-se para a competição e contou com jogadores de diferentes nacionalidades étnicas para jogar pela seleção nacional, as Super Águias. O torneio viveu um período de grande tensão provocado pelas agitações separatistas, sob a liderança de Nnamdi Kanu, do Povo Indígena do Biafra (IPOB). A agitação foi tal que muitos Igbo que viviam na parte norte do país (dominado pelo grupo étnico Hausa-Fulani) foram convidados a regressar à Igbolândia. Da mesma forma, os nortistas da Igbolândia enfrentaram várias ameaças. Mas assim que o Campeonato do Mundo começou, houve uma mudança em relação ao status quo-ante, à medida que os apêndices étnicos foram menosprezados. Este artigo baseou-se no método da história oral, nas publicações nas redes sociais e na investigação etnográfica para defender que a aplicação do futebol é uma ferramenta potente para a coesão nacional. O estudo não negou que o referido espírito nacional tenha sido de curta duração; em vez disso, sustentou que o mesmo poderia ser explorado em tentativas de construção nacional. O estudo recomendou, por isso, uma aplicação bem planeada do futebol nas questões nacionais.
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