Na vitória do sistema, a espetacularização do futebol

  • Agnaldo kupper Mestre e Doutor pela Universidade Estadual Paulista (Unesp); Professor; Escritor; Historiador, Londrina-Paraná, Brasil.
Palavras-chave: Futebol, Espetacularização, Capitalismo

Resumo

Em tempos de globalização capitalista, os donos do campo detêm o espetáculo. Os donos do jogo da bola fazem o espetáculo. Ou seja, a universalização do futebol nos dias contemporâneos tende a fazer do futebol uma prática-espectáculo, descaracterizando as paixões regionalizadas. Mesmo a modernização dos estádios está a restringir a participação dos cidadãos. Desta forma, o desporto-espectáculo deve ser entendido como um fenómeno de mercantilização, quer seja, uma forma de praticar actividades desportivas como o futebol relacionadas com o consumo. As barreiras geográficas rompem-se. Nas equipas mais bem estruturadas, em particular europeias, brasileiros, argentinos, nigerianos, italianos, espanhóis, entre muitos outros, estruturam equipas universais, procurando o reconhecimento dos consumidores com os produtos lançados. A televisão tem um papel preponderante neste processo, ligada à FIFA.

Referências

-Andersen, B. Nação e consciência nacional. Rio de Janeiro. Ática. 1989.

-Aquino, R. S. L. Futebol, uma paixão nacional. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2002.

-Boaventura, J. C. Sociologia desportiva: o Taylorismo no futebol. Futebol em Revista. Lisboa. p. 9. s/d.

-Bracht, V. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Vitória. UFES. 1997.

-Favero, P. M. Os donos do campo e dos donos da bola: alguns aspectos da globalização do futebol. Dissertação de Mestrado em Geografia Humana. Universidade de São Paulo. São Paulo. 2009.

-Franco Junior, H. A dança dos deuses: futebol, sociedade e cultura. São Paulo. Companhia das Letras. 2007.

-Giulianotti, R. Sociologia do futebol: dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões. São Paulo. Nova Alexandria. 2002.

-Gonçalves, J. C. S.; Magalhães Filho, P. A. O.; Alcântara, B. C. S. Do ócio ao negócio: a expansão da lógica de mercado no futebol de Pernambuco. In: Colóquio Internacional sobre Saber local, 9., 2003, Salvador. Anais [...]. Salvador: Nepol, UFBA. 2003. CD-ROM.

-Heller, A. Sociologia de la vida cotidiana. Barcelona. Península. 1977.

-Herschmann, M.; Lerner, Kátia. Lance de sorte: o futebol e o jogo do bicho na Belle Époque. Rio de Janeiro. Diadorim. 1992.

-Hobsbawm, E. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a história operária. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1987.

-Hobsbawm, E. Nações e nacionalismos desde 1780. São Paulo. Paz e Terra. 1991.

-Marivoet, S. Aspectos sociológicos do desporto. Lisboa. Livros Horizonte. 2002.

-Melo Filho, A. Futebol profissional: utopias e realidades da nova legislação. Revista Brasileira de Direito Esportivo. Vol. 4. 2004.

-Noronha, S. (org.). Almanaque dos esportes. Rio de Janeiro. Rio Gráfica. 1975.

-Proni, M. W. Esporte-espetáculo e futebol-empresa. Tese de Doutorado em Educação Física. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 1998.

-Ramos, R. Futebol e ideologia. Mundo Jovem. ano 22. Núm. 167. 1984. p.5.

-Sánchez, F. R. La relacion laboral especial de los desportistas professionales. Tese de Doutorado em Ciências Econômicas. Universidad de Extremadura. Espanha. 1998.

-Souza, A. M. Esporte-espetáculo: a mercadorização do movimento corporal humano. Florianópolis. UFSC. 1991. p. 73.

-Vinnai, G. Futsbollsport als ideologie. Alemanha: Europaische Verlagsanstalt. 1970.

-Wisnik, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo. Cia das Letras. 2008.

Publicado
2022-03-24
Como Citar
kupper, A. (2022). Na vitória do sistema, a espetacularização do futebol. RBFF - Revista Brasileira De Futsal E Futebol, 13(54), 554-564. Obtido de https://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/1153
Secção
Artigos Científicos - Opinião