O caminho "não tão promissor" de formação futebolí­stica dos alunos/atletas

  • Pedro Henrique Nascimento Morais Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza-CE, Brasil
  • Otávio Nogueira Balzano Programa de pós-graduação em Educação Fí­sica, Universidade La Salle (UNILASALLE), Canoas-RS, Brasil
  • Gilberto Ferreira da Silva Programa de pós-graduação em Educação Fí­sica, Universidade La Salle (UNILASALLE), Canoas-RS, Brasil
  • João Alberto Steffen Munsberg Programa de pós-graduação em Educação Fí­sica, Universidade La Salle (UNILASALLE), Canoas-RS, Brasil
Palavras-chave: Futebol, Formação escolar, Formação futebolistica, Pés de obra

Resumo

Este texto aborda a questão da formação escolar e futebolí­stica de alunos/atletas, no Brasil, considerados 'pés de obra' pela sociedade do futebol. Tem-se como objetivo demonstrar que o processo formativo não é tão promissor quanto aparenta. Em termos metodológicos, trata-se de estudo de cunho bibliográfico descritivo, tendo como suporte teórico contribuições de especialistas da área esportiva, "lincando" conceitos clássicos com pressupostos advindos da decolonialidade. O trabalho evidenciou que o processo de formação escolar e futebolí­stica prioriza o treinamento esportivo em detrimento dos estudos. Assim, em caso de insucesso no futebol, o jovem resulta marginalizado cultural e socialmente. Conclui-se ser essencial o envolvimento de todos os segmentos responsáveis pela formação - em especial a escola, o clube e a famí­lia -, trabalhando numa perspectiva que contemple a diversidade cultural e social desses alunos/atletas, tornando-os cidadãos e não apenas "boleiros".

Referências

-Amaral, T. R. P.; Thiengo, R. C.; Oliveira, S. I. F. Os motivos que levaram jogadores de futebol amador a abandonarem a carreira de jogador profissional. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. Año 12. Núm. 115. 2007.

-Antezama, L. H. J. Fútbol: espectáculo e identidad. In: Alabarces, P. (org.). Futbologías: fútbol, identidad y violencia en América Latina. Buenos Aires. CLACSO. 2003.

-Bourdieu, P. Escritos de Educação. /Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani (orgs.). Petrópolis. Vozes. 1998.

-Bossle, F.; Lima, L. O. Entre a formação na escola e a formação como atleta de futebol profissional: prioridades e influências. Caderno de Educação Física e Esporte. Vol. 11. Núm. 1. p. 35-43. 2013.

-Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, disponível em:bwww.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

-Conceição, D. M. Estudante-atleta: caminhos e descaminhos no futebol - entre o vestiário e o banco escolar. TCC de Graduação. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Graduação em Ciências Sociais. Florianópolis-SC. 2014.

-Damo, A. S. Futebol e identidade social: uma leitura antropológica das rivalidades entre torcedores e clubes. Porto Alegre: Editora da UFRGS. 2002.

-Damo, A. S. Do dom à profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França. Tese de Doutorado em Antropologia Social. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio

Grande do Sul. 2005.

-Damo, A. S. Dom, amor e dinheiro no futebol de espetáculo. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 23. Núm. 66. 2008.

-Dijk, T.A. El análisis crítico del discurso. Anthropos. Barcelona. Vol. 186. p. 23-36. 1999.

-Favero, P. M. Os donos do campo e os donos da bola: alguns aspectos da globalização do futebol. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo. 2009.

-Freitag, B. O Indivíduo em formação. 3ªedição. São Paulo. Cortez. 2001.

-Gastaldo, É. “O país do futebol” mediatizado: mídia e Copa do Mundo no Brasil. Revista Sociologias. Porto Alegre. Núm. 22. 2009.

-Giglio, S. S.; Rúbio, K. Futebol profissional: o mercado e as práticas de liberdade. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes. Vol. 27. Núm. 3. 2013.

-Gil, G. O drama do Futebol-Arte: o debate sobre a seleção nos anos 70. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Núm. 25. p. 100-109. 1994.

-Homrich, C. A.; Souza J. C. C. Para além da questão técnica do ensinar/aprender futebol: outras possibilidades. In: Didática da educação física 3: futebol. Elenor Kunz (org.). 3ª edição. Ijuí: Ed. Unijuí. 2013.

-Loureiro, B. L. Relação do atleta e sua formação frente à sociedade. Guaíba-RS. ULBRA. 2007.

-Marques, M. P.; Samulski, D. M. Análise da carreira esportiva de jovens atletas de futebol na transição da fase amadora para a fase profissional: escolaridade, iniciação, contexto sócio familiar e planejamento da carreira. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 23. Núm. 2. p. 103-19. 2009.

-Melo, L. B. S. Formação e escolarização de jogadores de futebol no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado em Educação Física. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 2010.

-Melo, V. A. O futebol sob a ótica das ciências sociais. Revista de Administração de Empresas. Vol. 54. Núm. 4. p. 467-467. 2014.

-Mello. G. N. Cidadania e competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio. Colaboração: Madza Júlia Nogueira. 6ª edição. São Paulo. Cortez. 1997.

-Paoli, P. B. Os estilos de futebol e os processos de seleção e detecção de talentos. Tese de Doutorado em Educação FísicaPPGEF. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 2007.

-Quijano, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: Lander, E. (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires. Clacso. 2005.

-Rocha, H. P. A.; Bartholo, T. L.; Melo, L. B. S.; Soares, A. J. G. Jovens Esportistas: profissionalização no futebol e a formação na escola. Revista Motriz. Vol. 17. Núm. 2. p. 252-263. 2011.

-Rodrigues, F. X. F. Modernidade, disciplina e futebol: uma análise sociológica da produção social do jogador de futebol no Brasil. Revista Sociologias. Porto Alegre. Vol. 6. Núm. 11. 2004. p. 260-299.

-Rosa, S.E.M. Aspirante à craque de futebol hoje ou marginal do amanhã? Revista Jus

Navigandi. Teresina. Vol. 14. Núm. 21-22. 2009.

-Santos, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo. Record. 2000.

-Santos, B. S. Para além do pensamento abissal. Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos Estudos. CEBRAP. Núm. 79. 2007. p. 71-94.

-Soares, A. J. G.; Souza, C. A. M.; Vaz, A. F.; Bartholo, T. L. Difícil reconversão: futebol, projeto e destino em meninos brasileiros. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre. Vol. 14. Núm. 30. p. 85-111. 2008.

-Soares, A. J. G.; Melo, L. B. S.; Costa, F. R.; Bartholo, T. L.; Bento, J. O. Jogadores de futebol no Brasil: mercado, formação de atletas e escola. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 33. Núm. 4. p. 905-921. 2011.

-Souza, C.; Araújo, M.; Vaz, A. F.; Bartholo, T. L.; Soares, A. J. G. Difícil reconversão: futebol, projeto e destino em meninos brasileiros. Revista Horizontes Antropológicos. Porto Alegre. Vol. 14. Núm. 30. 2008.

-Villena Fiengo, S. Gol-balización, identidades nacionales y fútbol. In: Alabarces, P. (org.). Futbologías: fútbol, identidad y violencia en América Latina. Buenos Aires. CLACSO. 2003.

-Wallerstein, I. Análisis de sistemas-mundo: una introducción. México: Siglo XXI Editores, 2005.

-Wallerstein, I. El capitalismo histórico. México. Siglo XXI. 2006.

Publicado
2021-05-09
Como Citar
Morais, P. H. N., Balzano, O. N., Silva, G. F. da, & Munsberg, J. A. S. (2021). O caminho "não tão promissor" de formação futebolí­stica dos alunos/atletas. RBFF - Revista Brasileira De Futsal E Futebol, 12(50), 526-539. Recuperado de https://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/919
Seção
Artigos: Edição Especial