Um dia na "casa" colorada e gremista: identidade e representação em um estádio de futebol gaúcho
Resumo
O futebol, enquanto objeto simbólico de interesse social permanente, tem nos seus clubes, junto com as seleções nacionais, os elementos mais importantes de percepção da sua identidade, comportamento e representação. Neste aspecto, o estádio do seu "clube do coração" é um ambiente sagrado para o torcedor. Dentro deste contexto, o objetivo do presente artigo foi apresentar os principais contextos psicossociais e as similaridades e particularidades de um estádio de futebol em dia de jogo, tomando como base os dois principais clubes do estado do Rio Grande do Sul (Sport Club Internacional e Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense) e as suas torcidas (colorados e gremistas, respectivamente). Realizou-se observação sistemática em uma partida de cada um dos clubes durante o segundo turno do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão de 2016, onde foi buscado identificar as principais formas de expressão da identidade e comportamento do torcedor. Percebeu-se que a visitação aos estádios de Grêmio e Internacional fez com que se propiciasse uma compreensão maior do torcedor em seu "habitat natural", ou seja, um ambiente onde h´á total liberdade para este expressar as suas ações e expressões que acabam por representar os diferentes significados do seu pertencimento clubístico.
Referências
-Damo, A. S. Do dom à profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.
Tese de Doutorado em Antropologia. Porto Alegre. 2005.
-Damo, A. S. Futebol e identidade social: uma leitura antropológica das rivalidades entre torcedores e clubes. Porto Alegre. Ed. Universidade. UFRGS. 2002.
-Damo, A. S. O espetáculo das identidades e alteridades: as lutas pelo reconhecimento no espectro do clubismo brasileiro. In: Campos,
F.; Alfonsi, D. (org.). Futebol objeto das ciências humanas. São Paulo. Leya. 2014.
-Damo, A. S. Paixão partilhada e participativa: o caso do futebol. História: Questões & Debates, Curitiba. Vol. 57. p. 45-72. 2012.
-Daolio, J. As contradições do futebol brasileiro. In: Carrano, P. C. R. (org.). Futebol: paixão e política. Rio de Janeiro. DP&A. 2000.
-Deschamps, J. C.; Moliner, P. A identidade em Psicologia Social: dos processos identitários às representações sociais. 2ª edição. Petrópolis-RJ. Vozes. 2014.
-Fraga, G. Os Flautistas: a gangorra Gre-Nal. Disponível em:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/brasileirao/noticia/2016/05/os-flautistas-a-gangorra-grenal-5820537.html > Acesso em: 26/11/2018.
-Freud, S. Psicología de las masas y análisis de yo. The Institute of Psychoanalysis (Londres) e Angela Richards. Primeira Edición en The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. 1955.
séptima reimpresión. Argentina. Vol. 18. 1975.
-Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª edição. São Paulo. Atlas. 2014.
-Morato, M. P. A dinâmica da rivalidade entre pontepretanos e bugrinos. In: Daolio, J. (org.). Futebol, cultura e sociedade. Campinas-SP. Autores Associados. 2005.
-Silva, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: Silva, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 14ª edição. Petrópolis-RJ. Vozes. 2014.
-Tajfel, H. Grupos humanos e categorias sociais: estudos em Psicologia Social II. Lisboa. Livros Horizonte. 1983.
-Tajfel, H. Social identity and intergroup behaviour. Social Science Information. Vol. 13. 1974.
Copyright (c) 2020 VinÃcius Triches
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçõo do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).